quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ações de contraturno escolar envolvem cerca de R$ 2 milhões em investimento de recursos próprios da Prefeitura


Projetos para manter alunos dentro da escola no turno contrário ao da aula ajudam a prevenir drogas e integram o programa Campo Bom Sem Crack

Hum milhão e 800 mil reais em investimento; 76 professores exclusivos que representam 13,7% da equipe da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec); 1.514 horas mensais de atividades; 49 projetos diferenciados; mais de 6.000 crianças atendidas; 26 escolas e espaços de apoio envolvidos. Os números do programa Acolher surpreendem não por envolverem uma rede de 10 mil alunos de uma cidade com cerca de 58 mil habitantes no interior do RS, mas por dizerem respeito a projetos executados no turno contrário ao da aula e focarem ações preventivas para manter o aluno dentro do ambiente escolar e longe dos apelos das drogas. O resultado do programa já pode ser observado nas próprias escolas onde houve redução de violência, da depredação, do vandalismo e até de episódios envolvendo bullyng.

Os dados do programa Acolher tornam-se um exemplo por envolverem atividades diferenciadas como informática, natação, xadrez, inglês, aulas de reforço, jogos das mais diversas modalidades (incluindo pingue-pongue, tênis e badminton), atletismo, danças (inclusive com cordas), artes (incluindo curso de pintura em tela), instrumentos musicais (entre eles flauta, violão e técnica vocal) e até plantio de horta e de flores. Em uma das escolas, até uma estação climatológica foi criada pelos alunos que se envolvem neste ofício no turno contrário ao da aula.

Todo esse investimento ganha muito mais peso quando associado ao fato de que, esse ano, a previsão de investimentos da Prefeitura em Educação é de 40%, índice muito acima dos 25% exigidos constitucionalmente e bem mais alto que os 28% investidos em 2009. Mais interessante ainda são os números quando se constata que, além dos alunos, a política educacional considera toda a comunidade escolar e, neste sentido, oferece projetos também para pais e mães de alunos que aproveitam o espaço físico dos ginásios e quadras cobertas das escolas (com exceção de uma, todas as escolas da cidade possuem quadras cobertas ou estão com esta estrutura em obras neste momento) a noite para jogar vôlei e futebol.

O programa Acolher foi projetado partindo da premissa de que criança que está dentro da escola praticando atividades não tem tempo de se envolver com drogas. Apostando nesse resultado é que a Prefeitura criou também a campanha denominada Campo Bom Sem Crack, que além do Acolher, realiza ações de conscientização com palestras, trabalhos em sala de aula e direcionados também à comunidade escolar.

Os recursos próprios aplicados no programa Acolher contribuiram para que Campo Bom desse um salto em investimento percapita em educação, que atingiu o nível de escolas privadas. O mesmo que a Prefeitura desembolsa para manter um aluno em sala de aula é o que paga, em média, um pai pela mensalidade em uma escola privada: R$ 442,00. O diferencial é que na rede campo-bonense o aluno tem acesso irrestrito ao programa Acolher.

Alguns números:

Para manter os salários dos 76 professores envolvidos no Acolher a Prefeitura deve desembolsar cerca de R$ 1 milhão (considerando o piso mínimo da categoria e a carga horária mínima, que é de 20 horas)

Só em aquisição de material, manutenção e infraestrutura para execução dos projetos o investimento é de cerca de R$ 800 mil

76 professores exclusivos para os projetos

1.514 horas mensais de atividades

49 projetos diferenciados

Cerca de 6.000 crianças e adolescentes atendidos

26 escolas e espaços de apoio envolvidos

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